Depois de domingo 'light', hora da Maratona no Sertões BRB
Publicada em 14/08/2023
Foto: José Mario Dias / Fotop / Sertões
Facilidade e tranquilidade são duas palavras que não fazem parte do vocabulário do Sertões BRB 2023. Diante do que havia sido a primeira etapa e do que vem pela frente, é o caso de dizer que o domingo foi um dia menos difícil. Com 174 quilômetros, a segunda etapa do maior rally das Américas levou pilotos e navegadores a acelerar em terras baianas, atravessando o município de Juremal. Que leva este nome numa referência à Jurema, cacto comum nessa região do Sertão nordestino. Claro que eles fizeram parte da paisagem.
Se encontraram um retão de 13 quilômetros em que foi possível tirar tudo do equipamento, os competidores também tiveram pela frente trechos sinuosos, estreitos e pedras, além de algumas armadilhas na navegação. Mais um teste que, em sua primeira participação na prova, o norte-americano Mason Klein (KTM Rally Replica / DM Workshop Carnaúba) tirou de letra para ser novamente o mais rápido e ampliar sua vantagem na classificação geral. Desta vez, Ricardo Martins (Yamaha WR 450F / IMS Yamaha) ficou em segundo.
O campeão de 2020 chegou a parar para prestar assistência ao companheiro de time Adrien Metge, que se chocou com um animal e não completou a etapa. Como prevê o regulamento, teve restituído o tempo gasto. Com isso, assumiu a vice-liderança também no acumulado das duas rodas, superando o argentino Martin Duplessis (Honda CRF 450R / Honda Racing). Nos quadriclos, nova vitória do cearense Wescley Dutra (Yamaha Raptor 700 / Prea).
Nos UTVs, o dia foi de vitória inédita, ao menos na modalidade. Maior campeão da história da prova, com sete títulos, Jean Azevedo, ao lado do navegador, Idali Bosse (Polaris RZR Pro R / T A Polaris Racing), deixou para trás as outras 89 duplas. A mais próxima foi a dos bicampeões Deninho Casarini e Ivo Meyer (Can-Am Maverick X3 / Casarini Can-Am Factory). Melhores na véspera, Fábio Pirondi e Marcelo Ritter (Can-Am Maverick X3 / Cotton Racing) se mantiveram como ponteiros na geral.
Rumo a Xique-Xique
Nesta segunda-feira, é a vez da terceira etapa com o trecho cronometrado mais longo dessa edição do Sertões BRB para motos, UTVs e quadriciclos: 407 quilômetros. Por uma questão de iluminação natural, a especial para os carros termina com 355 km. Além disso, o percurso que levará pilotos e navegadores de Petrolina a Xique-Xique (BA) é a primeira perna da Maratona.
Ao fim do dia, os competidores não podem receber qualquer tipo de ajuda externa. Os inscritos nas duas rodas, nos quadris e UTVs têm meia hora para a manutenção dos veículos, com as ferramentas e peças que carregam. O mesmo acontece nos carros, mas na manhã de terça. Todos terão de dormir em barracas na cidade baiana.
Sertões BRB 2023
Segunda etapa: Petrolina / Juremal (BA) / Petrolina (laço)
"Foi uma especial mais curta, sinuosa e mais prazerosa de pilotar, sem tanta quebradeira, como eu prefiro. E com um retão que fizemos em velocidade máxima, no limitador. Conseguimos manter o carro na pista, não levamos penalização de radar. Mais um dia na liderança. A Maratona é um dia muito importante, temos que completar a etapa com tudo no lugar".
Mason Klein (vencedor etapa Moto)
"Um dia de muita navegação, fiquei bastante satisfeito de como me saí. Exatamente o que eu esperava encontrar no Sertões. Cheguei na largada da especial em cima da hora, comecei com o coração lá em cima, mas tudo deu certo. Na Maratona a estratégia muda. Se há um momento de ser mais cauteloso, é exatamente esse. Preservar a mim e à moto".
Jean Azevedo (vencedor etapa UTV)
"Minha última vitória de etapa havia sido em 2021, nas motos. É um gosto especial conseguir também nos UTVs e me sentir competitivo de cara. Agora completei o ciclo, já que também venci de carro. Amanhã (segunda-feira) seremos os primeiros a largar, mas isso não preocupa tanto, já que é um dia de Maratona e o mais importante é levar o equipamento inteiro. Perdemos algum tempo no primeiro dia, mas ainda tem muito rally pela frente".
Terceira etapa
Segunda-feira (14/8)
Petrolina (PE) → Xique-Xique (BA)
Primeira perna da maratona
Deslocamento inicial: 73 km / Especial: 355 km (carros) e 407 km (motos, UTVs e quadris) / Deslocamento final: 40 km (carros) e 31 km (motos, UTVs e quadris)
Total: 468 km (carros) e 511 km (motos, UTVs e quadris)
Descrição técnica
É a especial mais longa do rally. Começa bastante travada, com muitas erosões, depressões e pedras. Em seguida, atravessa uma pequena serra bem sinuosa, até chegar a um trecho de estradas mais largas. Por volta do km 150, volta a ficar travada, estreita e pedregosa, até o primeiro abastecimento. Depressões, lombadas e piso arenoso predominam até o segundo abastecimento. No último quarto a velocidade aumenta, com boas retas e piso de cascalho. Para os carros, o trecho cronometrado termina, enquanto as motos, UTVs e quadris seguem por mais 52 quilômetros em piso de piçarra e pedras.
Texto: Meg Cotrim
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