Motocross schedule 5 minutos

Motocross além das barreiras: o esporte que acontece no Brasil inteiro

Publicada em 01/05/2022

Foto: Arquivo Pessoal

Para além da bolha Centro-Sul, o motocross é atualmente um esporte radical de grande impacto em todo o Brasil, um universo à parte e marcado por adversidades e lutas. É considerado um dos esportes radicais de maior periculosidade e suas categorias requerem muita dedicação e paixão pelo esporte.

Ao longo das décadas, o motocross conquistou seu lugar de destaque nacionalmente e internacionalmente. A adrenalina de ouvir o ronco dos motores dando a largada é o tipo de sensação indescritível para os amantes do esporte. Por mais que as primeiras competições de motociclismo tenham sido disputadas no Viaduto do Chá, no bairro de mesmo nome na capital paulista, o esporte ultrapassou barreiras e hoje há campeonatos de diversas modalidades acontecendo no mundo inteiro e pilotos reconhecidos em todo o canto do país.

Mas todo esse movimento de expansão do motocross não é nada fácil e dedica esforços para fazer pilotos de todo o Brasil chegarem aos campeonatos. Sérgio Motta e seu filho são exemplos de como essa luta pode valer a pena. Apaixonado pelo esporte há mais de 20 anos, o Amazonense viveu uma vida admirando moto e só pôde realizar o sonho de montar em uma depois de adulto.

Grégory Motta treinando aos 5 anos com sua moto (figura 1). Piloto ao lado do seu pai Sergio Motta durante um treino (figura 2). Foto: Arquivo Pessoal

Campeão pelas categorias MX3 e Cross Country, Sérgio sentiu que precisava passar seu legado para o filho Grégory, que aos 5 anos de idade já tinha sua primeira PW, um presente do pai para estimular o mini piloto a treinar. O incentivo no mundo dos esportes é como uma alavanca que impulsiona e sem ele muitos sonhos deixam de ser possíveis.

Um campo de futebol com gramado foi o cenário dos primeiros treinos do jovem piloto, pista fundamental para que pudesse adquirir suas primeiras experiências como atleta. “[Foi] aí que começou e logo em seguida nós compramos um terreno aqui no Tarumã, um bairro de Manaus, e comecei a fazer pista de motocross e velocross”, mencionou o pai de Grégory.


Os incentivos são inúmeros na busca de transmitir o legado e só demonstra como a modalidade requer alta dedicação. A vida do atleta dentro do esporte foi baseada em esforços e precisou ultrapassar muitas barreiras. “É muito complicado porque aqui no Amazonas nós não temos estradas para sair do estado e ir para as competições no Sul do país ou no Centro-Sul do país. É muito difícil. Então a gente praticamente só sai de avião", contou Sérgio.

Atetla Grégory com suas medalhas conquistadas. Foto: Arquivo Pessoal

Grégory Motta já é considerado um piloto prodígio da sua geração. Aos 17 anos, o atleta revela que ser piloto de motocross no Brasil não é fácil. “Tento estar sempre preparado para possíveis oportunidades”, explicou. O atleta, que coleciona medalhas de três vezes Campeão Amazonense de Motocross, duas vezes Vice-campeão Goiano de Motocross, em 2016 e 2017, e de Vice-Campeão Mato-grossense em 2021, além de outros, não possui nenhuma fratura até o momento e treina desde os cinco anos de idade.

Foto: Aquivo Pessoal

Chegou a ter um treinador próprio ainda quando criança e se especializou na modalidade. “Para mim sempre foi um sonho ser piloto profissional. Esse ano estou tendo a oportunidade de competir no Campeonato Brasileiro por uma equipe. Meu objetivo é ser o melhor e por isso vou atrás todos os dias”, revelou Grégory. A energia do motocross mora nessas histórias e consegue, apesar de qualquer desafio, ser uma aventura admirável e praticada em todos os cantos desse imenso Brasil. É quando se percebe o quanto a modalidade está viva em todas as gerações e para além do Sul e Centro-Sul do país.