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#TBT CBM: Relembre os melhores momentos de Felipe Zanol, ídolo do off-road no Brasil

Publicada em 06/05/2021

Mineiro correu por duas décadas, conquistou multiplos títulos no Enduro, Rally e Cross Country e hoje chefia a equipe Honda Racing Enduro Team

Foto principal: Idário Café/ Mundo Press.

O entrevistado do #TBTCBM desta quinta-feira (6) percorreu diversas trilhas, mas foi no Enduro que solidificou sua carreira como atleta - e hoje como chefe de equipe. Felipe Zanol, 39 anos, tem muitas lembranças acumuladas e o incrível histórico de títulos conquistados em todas as modalidades nais quais se aventurou. O Enduro de Regularidade, o Cross Country, o Rally e até mesmo o Motocross também compõem sua trajetória.


Linha do tempo

Aos 14 anos, quando subiu na moto para acompanhar seu pai, Sr. Jaci Zanol, nas trilhas, ele sequer imaginava que sairia de Belo Horizonte (MG) para correr pelo mundo. “Não tinha pretensão nenhuma em competir, mas comecei a me interessar por Enduro por ser uma modalidade completa, que testa os pilotos em várias situações”, fala o piloto. Ele enfatiza o “Cross Test” (Motocross), o “Enduro Test” (Trilhas) e o “Extreme Test” (Hard Enduro), que fazem do Enduro um esporte tão desafiador.


Entre 2003 e 2012 Zanol conquistou dez títulos consecutivos da modalidade, entre eles oito no Campeonato Brasileiro de Enduro. Neste meio tempo buscou novos desafios no rali e se superou com a transição. Em 2010 e 2011 foi vice-campeão no Rally dos Sertões e em 2012 levou o título. Neste ano estreou no Rally Dakar, a maior e mais extensa prova de rali do mundo, e alcançou a 10ª colocação. Ele foi o primeiro mineiro a encarar o desafio e o segundo melhor estreante na competição.


Durante este período passou por diversas equipes. Mas o ano de 2012 ficou marcado não só pelas conquistas, mas também por entrar para a família Honda. Em 2017 assumiu a chefia da equipe de Enduro e hoje incentiva outros pilotos a se tornarem ídolos. O time é composto pelo quarteto Bruno Crivilin ( E1), com a CRF 250RX, Vinicius Calafati (E2) e Gabriel Soares (EJ), que encaram novas categorias em 2021 com a CRF 450RX, e Bárbara Neves (EF) com a moto nacional CRF 250F.


Bate-Papo


Após conhecer a trajetória de Felipe Zanol, confira o bate-papo exclusivo que a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) teve com este multicampeão:


Fotos: Na primeira, Felipe Zanol corre o Internacional Six Days Enduro na Grécia, na segunda Zanol como piloto Honda nos Sertões. Crédito: Arquivo Pessoal.

CBM - Quinta-feira é dia de lembranças. Em toda sua trajetória como piloto, qual foi a participação que mais te marcou, seja nacional ou internacional?

Zanol - Meu #tbt como atleta vai para o Six Days Enduro da Grécia, em 2008. Eu morava em Portugal neste ano, mas durante as férias, entre julho e agosto, vim para o Brasil e me preparei junto ao meu amigo Ricardinho [Ricardo Lauar]. Por coincidência, o terreno na Grécia era parecidíssimo com o que treinei em Belo Horizonte, então me encaixei completamente na corrida. [...] Os concorrentes portugueses, espanhóis e franceses que eu tinha no Mundial olhavam para mim de forma diferente, como um concorrente à altura deles. Quando eu terminava um especial e perguntava pro chefe de equipe como eu tinha me saído e ele falava ´você ganhou´ eu não acreditava. Eu tenho essa corrida como a corrida da minha vida.


CBM - Lá você liderou a classe dos clubes e chegou a 20° na geral dentre 500 inscritos, mas no terceiro algo tirou você desse caminho. O que você se lembra do acidente?

Zanol - Estava tendo um resultado fantástico até o terceiro dia, quando por um descuido levei um tombo que me atrapalhou de terminar a corrida, que era uma das mais importantes da minha carreira no Enduro. Eu comecei a ‘viajar na maionese’ com o desempenho que eu estava tendo e acabei me distraindo, bati a moto em uma pedra, fui ejetado, a moto caiu em cima do meu pé e eu quebrei ele.


CBM - Você citou o Mundial de Enduro quando falamos do Six Says. Você correu em 2008 e 2009, como foram ambas as experiências?

Zanol - Nas primeiras corridas que fiz na Europa, meu maior desafio era terminá-las. As corridas do Mundial eram muito difíceis, com oito horas de prova durante o dia. Na minha primeira participação andei de 450cc, mais forte e mais complicado de andar. Mas foi um ano que aprendi muito com isso. No Six Days adotamos a 250cc, menos difícil de andar, lá vimos que era a moto correta. Em 2009 voltei com o mesmo modelo Six Days no Mundial e terminei na 7ª posição.


CBM - Você está à frente da equipe Honda Racing de Enduro desde 2017. Como foi a transição de piloto para professor? O que mais te marcou nestes últimos três anos?

Zanol - O próprio nome já diz. Tenho quatro pilotos que preciso gerir e organizar tudo. Antigamente era diferente, minha equipe era somente eu e o trabalho e responsabilidade era menor. Agora a responsabilidade é gigante. A temporada mais incrível que tivemos sem sombra de dúvidas foi a do ano passado [2020]. Conseguimos ser campeões com os quatro pilotos em quatro categorias que disputamos e fomos top-3 na classificação geral.


CBM - Para finalizar, quais são as expectativas para a temporada deste ano? Será um ano de competições mais curto, devido à pandemia, mas não diferente de 2020.

Zanol - Minha expectativa para a temporada com certeza é tentar repetir o excelente resultado que tivemos ano passado.


Principais conquistas - Felipe Zanol

2012 – Campeão Rally dos Sertões

2003 a 2007 e 2010 a 2012 – Octacampeão Brasileiro de Enduro

2003, 2005, 2007, 2010 e 2011 – Pentacampeão Brasileiro de Cross Country

2008 e 2009 – Bicampeão Português de Enduro

2012 – 10º colocado no Rally Dakar

2012 – 2º melhor estreante no Rally Dakar

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