Dedicação, foco e paixão são as principais características do atleta capixaba, que acelera a motocicleta nacional Honda CRF 250F nas competições
Crédito: Gustavo Epifanio/ MundoPress
Os campeonatos e provas de 2021 ainda não começaram para a equipe Honda Racing de Rally, porém um piloto iniciou o ano com o foco das atenções. Aos 26 anos, o capixaba Tiago Wernersbach foi anunciado como novo integrante do time oficial da marca. Natural de Domingos Martins e residente em Marechal Floriano, ambas cidades no Espírito Santo, ele é tricampeão brasileiro de enduro (2017, 2018 e 2020) na categoria E4, destinada a motos nacionais.
Com passagens por duas equipes satélite Honda, Moto Litoral e Edgers Factory Team, Wernersbach vai acelerar o mesmo modelo que utilizou no ano passado: a Honda CRF 250F. Mas, para esta temporada, ele aceitou o desafio de trocar as provas de enduro pelas de rally. É sobre sua história com as motos e a nova fase da carreira que ele fala na entrevista abaixo:
Comecei a andar de moto com o meu pai, com oito anos de idade. Foi com uma Honda CG, em uma estrada de chão, perto do sítio do meu avô. Depois, aos 14, quando consegui comprar minha primeira moto, uma XR, tive contato com o mundo off-road e das competições. Iniciei na modalidade cross country na minha região e cheguei a fazer provas de motocross, mas não gostei muito. Depois, experimentei o enduro, esporte que me adaptei e evoluí bastante.
Fiquei muito emocionado quando soube que seria piloto oficial da Honda Racing de Rally. Acredito que minha dedicação e desempenho, unidos ao apoio da minha última equipe satélite, a Edgers Factory Team, foram fatores decisivos para eu conseguir essa vaga no time oficial.
Será a primeira vez que vou disputar a modalidade rally. Também já tive a oportunidade de participar neste ano de uma prova de enduro de regularidade, o Rally Piocerá, que, mesmo sendo muito diferente do rally, envolve navegação. Acredito que, além da navegação, uma das maiores dificuldades será manter velocidade constante por muitos quilômetros. No enduro, competimos em circuitos curtos. Já no rally, a especial (trecho cronometrado) é muito maior.
A Moto Litoral foi a primeira equipe que me deu oportunidade para o meu primeiro passo como piloto profissional. Isso foi essencial para começar a minha carreira. Já em 2020, na Edgers Factory Team, aumentei o meu potencial e tive um aprendizado muito grande, com o Reinaldo e o Geraldo Almeida, responsáveis pela equipe. Fazer parte de um time de base é muito importante para quem quer chegar a uma equipe oficial de fábrica. Por isso, dou muito valor às equipes menores, que são o primeiro degrau para quem quer chegar longe.
Chegar a uma equipe de ponta muda muito o reconhecimento do piloto. As pessoas passaram a me enxergar de outra forma. Acredito que já vinha sendo visto com bons olhos no nosso meio, porém agora, sinto que estou sendo mais valorizado. Antigamente, minha rotina de treinos era focada mais em circuitos. Treinava 30 minutos, marcando os tempos das voltas. Agora, eu tenho andado mais tempo e por mais quilômetros com a moto. Nesse momento de pandemia, estou com treinos reduzidos, mas tenho feito muito a parte física, com academia, bicicleta, e, às vezes, corrida. Por conta desse momento, mais de isolamento social, ainda não treinamos junto com os outros pilotos da equipe. Espero que, em breve, eu possa estar com o Dário Júlio (chefe de equipe) e o Thiago Veloso em Minas Gerais. Quero estar mais perto da preparação da moto, equipamentos e conhecer mais as especiais de rally.
Quero aproveitar para aprender bastante com cada um deles. Todos serão grandes professores. Será incrível conviver com o Jean, que tem mais de 30 anos de experiência no esporte; o Gregório, um grande piloto, assim como o Bissinho e Thiago Veloso. Já o Dário, a gente se conheceu durante o Rally Piocerá, em janeiro deste ano, e foi uma experiência incrível. Tenho certeza de que ele será peça fundamental nessa minha transição de modalidade.
A moto nacional sempre foi o modelo com a qual eu tive a oportunidade de andar na minha carreira. Foram três títulos conquistados com motos nacionais, sendo dois com a CRF 230F e um com a CRF 250F, que eu gosto bastante. É uma moto de fácil adaptação, bastante versátil, resistente, que veio para ficar e que é muito boa.
Quero conquistar os lugares mais altos do pódio. Espero que minha chegada à equipe Honda Racing seja o início de uma parceria de muitos anos. Estou pronto para superar meus limites, bater recordes e ir além das expectativas.
Com Mundo Press.