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Mães que fazem história no motociclismo

Publicada em 08/05/2022

O entusiasmo pelo motociclismo as coloca como protagonistas dentro do esporte, seja dentro ou fora das pistas dos campeonatos. Mulheres, mães e radicais, elas conquistaram seu espaço movidas pelo amor ao esporte.


A paixão que começou na infância se tornou realização após adulta. Siloé Augusta, mãe de quatros filhos, sempre foi fascinada por motociclismo e sempre que podia ia ao parque próximo de sua casa, em Roraima, para assistir às corridas que aconteciam lá.


Casou-se com outro amante do esporte e hoje a família inteira tem ligação com as aventuras sobre rodas. “Nosso primeiro filho foi incentivado pelo meu cunhado e por nós [...] Na família tenho um cunhado, dois filhos, esposo e genro, todos pilotos licenciados pela CBM e FEMORR”, comentou a presidente da Federação de Motociclismo de Roraima.

Siloé Augusta com a filha e o neto no colo durante uma corrida. Foto: Arquivo pessoal

O desejo em se tornar presidente da Federação de Motociclismo de Roraima nasceu em Siloé depois que ela decidiu participar de forma mais ativa das decisões que cercavam o bem-estar dos pilotos e o sucesso das competições de motociclismo no seu estado.


Como mulher, ela não deixou que as adversidades afetassem seus objetivos. “No início tive alguns impasses pois as pessoas não estão acostumadas com uma mulher à frente de uma Federação, na verdade muitos homens já haviam tentado registrar essa Federação, porém, achavam dificuldades e eu, como já vinha constatando inconsistências nos eventos ao qual não era priorizado a segurança dos pilotos e outras medidas cabíveis, resolvi parar de reclamar e criamos a FEMORR”, explicou.


Mulher e mãe, Siloé comprova que a paixão pelo motociclismo está viva em todo o país. “Registramos e já filiamos à CBM, hoje temos quase dois anos e tenho o reconhecimento da maioria dos pilotos e amantes do esporte”, afirma Siloé feliz ao enfatizar que apesar das conquistas, entende que não é fácil, porém não é impossível fazer o certo.


Os filhos seguem o estilo de vida da mãe que sempre foi uma grande aventureira. A presidente assegura que dentre os seus quatro filhos, nenhum a impediu de vivenciar as aventuras, pelo contrário, ela já busca adaptar todos eles ao esporte.

Moto e estrada: duas grandes paixões

Para Lorena Herte, diretora da modalidade de Moto turismo da CBM, a paixão pela estrada e motociclismo começou cedo também e aos 18 anos conquistou sua primeira moto. “[Foi] uma Yamaha TT125cc. A partir daí, foi amor à primeira estrada!”, mencionou.


Apesar de ser uma das poucas mulheres no meio, majoritariamente composto por homens, a diretora não sentiu dificuldade dentro do esporte. Uma das vantagens do motociclismo é a capacidade de fazer grandes amigos. Lorena nos conta que para ela o meio motociclista é extremamente democrático e que não sentiu nenhum tipo de preconceito durante toda a sua trajetória no esporte. “Nem quando comandei 1.200 pilotos da Federação Gaúcha de Motociclismo e nem quando fundei, há 20 anos, a Associação dos Motociclistas do RGS”, disse a diretora.

Lorena Herte, diretora de Moto Turismo da CBM ao lado do filho Pedro Sampaio, piloto de Motovelocidade. Foto: Arquivo pessoal

Questionada se o filho trouxe dificuldades para seu estilo de vida no motociclismo, ela refuta. Pedro Sampaio, de apenas 24 anos, é o orgulho de Lorena e provou que a paixão pelo esporte corre no sangue da família. “Ter filho aumentou minha participação em eventos de duas rodas, porque desde pequeno meu filho é piloto e hoje é o piloto mais rápido do Brasil da motovelocidade nacional. Continuo indo a todas as competições em que ele participa”, explicou Lorena.


Cada vez mais é possível notar a atuação presente de mulheres e mães no universo do motociclismo, ultrapassando as barreiras de gênero, demonstrando como o motociclismo é um espaço democrático.