Piloto que transitou entre o motocross e o velocross fez parte da implantação dos Campeonatos Brasileiros do esporte de velocidade
Foto: Divulgação/ FGM
Quem já conhecia o “Turco da Lapa”, apelido inconfundível no meio off-road, hoje irá conhecer suas principais lembranças. No #TBTCBM desta quinta-feira (20) o paranaense Nasri Weinhardt Sarkiss, 52 anos, irá compartilhar conosco um pouco da sua trajetória no velocross, modalidade à qual se dedica há pelo menos duas décadas. Além de participar das provas, ele ajudou a moldar o formato do esporte como ele é hoje.
Filiado CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) desde 1988, o #153 participou do processo de mudança da nomenclatura do atual velocross, que antes dos anos 2000 levava o nome de “velocidade na terra” e “veloterra”. “Também ajudei a moldar o estilo das pistas. No início tinham retas longas e curvas sem parede, além do chão batido. Então junto ao Sr. Gilberto Rosa, presidente da FPRM na época, dei a ideia de usarmos o formato das pistas do motocross, com mais curvas, subidas e descidas, mas claro, sem obstáculos e com o terreno tratado”, conta.
Até então as competições só integravam o calendário da Federação Paranaense de Motociclismo. Uma proposta por parte da entidade local foi feita em 2008 e, a partir dali, começaram as temporadas do Campeonato Brasileiro. “Quero frisar que o ‘Bigode’ faz de tudo pela melhoria e crescimento do velocross no Brasil. A unificação dos regulamentos das federações da FPRM, FCM e FGM, que passaram a trabalhar juntas, fez a modalidade voltar a crescer. Essa união era um sonho [...] e fico feliz por ter feito parte disso”, fala. Jair “Bigode” é o atual diretor da modalidade no país.
Legenda: Na primeira, Paranaense de Motocross de 1987. Na segunda, Brasileiro de Motocross de 1991 #53. Na terceira, Paranaense de Motocross de 1999.
Hoje Turco é detentor de diversos títulos estaduais e regionais na modalidade, além de ter se consagrado bicampeão Sul-Brasileiro e tricampeão Brasileiro de Velocross.
Apesar disso, o esporte nem sempre foi sua principal escolha. Confira mais sobre as histórias do piloto no bate-papo abaixo:
Sarkiss - Sou filiado na FPRM desde 1986 e na CBM desde 1988. Acho importante estar filiados às entidades para reforçar o relacionamento entre pilotos e dirigentes, além de poder participar dos melhores e mais organizados campeonatos do país.
Sarkiss - Em 1985 assisti uma prova regional de motocross na minha cidade e no mesmo ano fui até Rio Negro (PR) ver uma etapa do Estadual. Chegando lá vi pilotos como Guilherme Boeing, Eduardo Saçaki entre outros grandes nomes da época. Fiquei maravilhado com o evento e a partir dali só pensava em ser piloto. No ano seguinte teve outra prova regional em Lapa (PR), nessa época eu tinha uma XL250R. Desmontei a moto e participei da corrida. Meu pai ficou tão empolgado com meu desempenho que no mesmo dia comprou um MX180 (moto nacional da época preparada pra MX).
Sarkiss - Ainda em 1986 participei de algumas etapas do Paranaense de Motocross, em 1987 voltei a pilotar uma XL250R e conquistei o Vice-Campeonato Estadual. No início de 1988 fui campeão Sul-Brasileiro Estreante e logo em seguida passei para as motos especiais. Tive o privilégio de participar de algumas etapas do "saudoso" Hollywood Motocross nos anos 80 e do Skol Supercross nos anos 90. Meu melhor resultado em um Nacional foi em 1995, ano em que conquistei meu primeiro título estadual de Motocross. Fui sexto colocado geral, melhor piloto do Paraná no campeonato e melhor piloto privado. Ainda nos anos 90 participei de algumas etapas do Estadual de Velocross, mas apenas por diversão.
Sarkiss - Nunca tive condições financeiras de participar de um Brasileiro completo e disputar os títulos. Com a criação do Brasileiro de Velocross, que tinham menos etapas, além do Estadual em que as provas acontecem mais ao sul do Paraná, consegui correr com mais frequência e com um custo menor. Isso contribuiu muito para que eu não abandonasse o esporte de vez. Por isso devo muito ao velocross e continuo nele até hoje.
Sarkiss - Tenho muitas lembranças nesses 35 anos no esporte, tanto no Motocross quanto no Velocross. Se tratando de MX lembro muito bem do meu primeiro pódio no Brasileiro de 1995, na categoria 125cc, em uma etapa realizada no Paraná, em Pato Branco. Foi memorável justamente pela dificuldade financeira, em ser um piloto privado, disputando com os melhores atletas do país.Me lembro também da final do Brasileiro de Velocross em 2008, na cidade de Ivaí (PR), onde conquistei meu primeiro título nacional.
Sarkiss - Em 2017, com suporte da TBT Brazil Racing e da TBT USA, participei do Mundial de Motocross Veteranos em Glen Helen, na Califórnia (EUA). Foi uma experiência incrível, conquistei o 7º lugar na categoria MX45. Acho que poderia ter feito mais, ter me preparado melhor, mas ainda sim foi bom. Lá aprendi sobre a organização dos norte-americanos, nível das pistas, profissionalismo, entre outros. Coisas que sem dúvida fazem toda a diferença no esporte.
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